PF investiga conselheiro ambiental suspeito de favorecer licenciamento de mineradora na Serra do Curral

  • 10/10/2025
(Foto: Reprodução)
Veja os vídeos que estão em alta no g1 Fernando Benício de Oliveira Paula, conselheiro do Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam) como representante da ONG Zeladoria do Planeta, é investigado por favorecer de forma indevida a mineradora Fleurs Global. A falha, segundo a Polícia Federal, ocorreu em um processo de licenciamento ambiental na região da Serra do Curral, em Belo Horizonte. Benício foi afastado da função pública pela Justiça Federal após ser citado na Operação Rejeito, deflagrada em setembro deste ano. A ação apura um esquema de corrupção envolvendo empresários e servidores públicos para viabilizar mineração irregular em áreas protegidas de Minas Gerais (leia mais abaixo). ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 MG no WhatsApp Segundo a PF, o conselheiro participou de uma reunião com representantes da Fleurs Global, entre eles o ex-deputado João Alberto Paixão Lages e o executivo Ênio Brandão Fonseca, antes da votação que aprovou a Licença de Operação Corretiva (LOC) para a mineradora. Na mesma data, ele elaborou um parecer técnico favorável à concessão do documento, que regulariza empreendimentos que operam sem a devida permissão. No dia seguinte, foi registrada uma transferência de R$ 5 mil para a chave PIX vinculada à esposa de Fernando Benício, Neide Nazaré de Souza. O valor foi atribuído ao apoio de projetos da ONG, mas a polícia não identificou contrato formal ou nota fiscal que comprovasse essa relação. A TV Globo entrou em contato a Secretaria de Meio Ambiente, Fernando Benício, Fleurs Global e a ONG Zeladoria do Planeta, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem. A TV Globo tenta contato com João Alberto Lages e Ênio Brandão. Segundo PF, Benício recebe dinheiro de empresas do setor Conforme o inquérito, a ONG dirigida por Benício recebe aportes financeiros de empresas do setor de mineração, com valores entre R$ 1 mil e R$ 5 mil depositados com frequência na conta da mulher dele, que atua como diretora financeira da entidade. Durante depoimento à Polícia Federal, obtido com exclusividade pela reportagem, o conselheiro confirmou o encontro com os investigados e disse que as quantias obtidas são comuns em projetos da Zeladoria do Planeta. "O Ênio é um parceiro e me apoia em muitas ações. Os investimentos variam de R$ 1 mil a R$ 5 mil. Os investimentos são pelos projetos relativos à Zeladoria do Planeta e não são de hoje, nunca relativos a processos do Copam", declarou Benício. A PF também apura se houve violação dos princípios da imparcialidade e da legalidade, além de possível prática de corrupção passiva. Benício diz que se baseou em parecer do governo Fernando Benício admitiu que não realizou visita técnica à área impactada, localizada perto do Rio das Velhas, e que baseou seu voto apenas no parecer técnico do governo do estado. O trabalho de campo foi realizado por outro conselheiro. Em outro trecho da oitiva, Benício disse que não considera o "clamor social" relevante para sua atuação no conselho, afirmando que a função dele era "analisar o processo" e "não representar o povo". A Polícia Federal também destacou falas de cunho discriminatório por parte do conselheiro. "Ativista joga tinta em quadro, coloca os peitos para fora", disse ao se referir a ativistas ambientais. Participação de reunião mesmo afastado Mesmo afastado pela Justiça, o conselheiro participou de uma reunião virtual da Câmara de Atividades Minerárias do Copam no dia 26 de setembro. Ele usou o espaço para se defender das acusações e pediu que sua fala fosse registrada em ata. "Gostaria de citar que somente eu, meu CPF, Fernando Benício, está sendo investigado. Isso certamente chegará a um parecer positivo. [...] A Zeladoria do Planeta possui um corpo dirigente, não sou eu, mas nós temos um corpo [dirigente] que nada tem a ver com essa investigação", declarou. A presença de Benício na reunião foi questionada por outros participantes, que pediram providências à Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Semad). Projeto para destombamento da Serra da Piedade Desdobramento da Operação Rejeito, identifica documento que propunha destombamento da Serra da Piedade Nesta quinta-feira (9), a TV Globo e o g1 revelaram que Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União identificaram um projeto que propunha o destombamento da Serra da Piedade, na Grande BH, para permitir a mineração na área. O local é patrimônio cultural e natural protegido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e pelo estado de Minas Gerais. O documento foi encontrado durante buscas da Operação Rejeito, na sede da Minerar Participações, em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O estudo, com 80 páginas, estava na mesa do diretor da holding, o ex-deputado João Alberto Paixão Lages. Lages é apontado pelos investigadores como um dos líderes de um esquema de fraudes em licitações ambientais na mineração. Segundo as investigações, ele atuava como coordenador estratégico da empresa, negociando direitos minerários, intermediando contratos e produzindo documentos técnicos para legitimar atividades ilegais de extração mineral em áreas protegidas. Operação Rejeito Entenda como funcionava esquema de corrupção no setor de mineração A Operação Rejeito foi deflagrada em setembro deste ano para investigar um esquema de concessão fraudulenta de licenças ambientais e favorecimento a empresas mineradoras mediante pagamento de propina. De acordo com a decisão da Justiça Federal, a organização criminosa atuava em Minas desde pelo menos 2020 e envolvia servidores da Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam), Instituto Estadual de Florestas (IEF), Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Semad) e outros órgãos ambientais. Infográfico - Operação Rejeito, da Polícia Federal, revelou esquema de mineração ilegal em MG Arte/g1 Serra da Piedade, em Caeté, na Grande BH Arquidiocese BH/Divulgação LEIA TAMBÉM: PF investiga projeto para liberar mineração em área protegida da Serra da Piedade Governo de MG anuncia auditoria para investigar empresas ligadas à operação da PF contra mineração ilegal Como operação contra fraudes na mineração em MG afetou alto escalão do governo Zema 'Filho, transfere a propina': veja mensagens que ajudaram PF a descobrir fraudes na mineração Entenda como funcionava esquema de fraudes em licenças de mineração em MG revelado pela PF

FONTE: https://g1.globo.com/mg/minas-gerais/noticia/2025/10/10/pf-investiga-conselheiro-ambiental-por-suspeita-de-favorecer-licenciamento-de-mineradora-na-serra-do-curral.ghtml


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