Bolsonaristas definem como estratégia de defesa desqualificar Moraes e transformar ex-presidente em vítima
22/11/2024
Ministro Alexandre de Moraes e ex-presidente Jair Bolsonaro
Nelson Jr./SCO/STF; Reuters/Ueslei Marcelino
Os bolsonaristas definiram como estratégia de defesa desqualificar o ministro relator do inquérito das milícias digitais, Alexandre de Moraes, para manter os apoiadores do ex-presidente da República, Jair Bolsonaro, mobilizados.
Essa versão será enviada aos bolsonaristas nas redes sociais para difundir a tese de que o ex-presidente é vítima de perseguição pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
O ex-presidente Bolsonaro, por exemplo, disse:
"O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei".
Bolsonaro foi indiciado nesta quinta-feira (21) pela Polícia Federal por três crimes:
atentado contra o Estado Democrático de Direito;
tentativa de golpe de Estado; e
organização criminosa.
Outro indiciado, Alexandre Ramagem foi na mesma linha:
“A base do ordenamento no Brasil passou a ser mesmo a criatividade. STF é a lei. Não importa construção da segurança jurídica”.
Ramagem foi diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) no governo passado e, hoje, é deputado federal pelo PL de Bolsonaro.
Valdo Cruz: Mauro Cid entrega Braga Netto e complica Bolsonaro
Aliados do ex-presidente no Congresso fizeram questão de afirmar que o indiciamento já era esperado e que está tudo dentro de uma política de perseguição contra o ex-presidente da República.
A PF e o STF avaliam que a estratégia de Bolsonaro faz parte do jogo político, mas ressaltam que as investigações estão bem fundamentadas, com depoimentos confirmando que havia em elaboração uma tentativa de golpe no governo passado.
Em sua audiência desta quinta-feira (21), por sinal, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, deu novas informações, confirmando a participação de Braga Neto nas reuniões em que foi elaborado um plano para matar o presidente Lula, o vice Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes.
Além disso, ele também forneceu dados novos sobre o ex-presidente Bolsonaro, que complicam a vida do seu ex-chefe.